Jacques-Louis David (1748-1825) foi um renomado artista neoclássico e político, com grande parte de sua obra mais famosa sendo produzida durante os tempos da Revolução Francesa no final do século XVII.
Em sua obra de 1793, A Morte de Marat, David detalha uma morte idealizada de Jean-Paul Marat, um populista e jornalista radical ligado à revolução e aos Jacobins, como era o próprio David. A pintura destaca o efeito da guerra de classes e do atrito entre a aristocracia, o clero, a nobreza e o terceiro estado, e justapõe retratos burgueses e luxuosos de uma classe dominante cada vez mais despótica da dura realidade que é o sangue e a aridez da revolução.
A pintura em si é visualmente sombria e sem vida, mas uma impressionante exibição de hiper-realidade e humanidade, em contraste com algumas das outras pinturas de David durante este tempo de revolta revolucionária. Ao mesmo tempo, ela está de acordo com elementos familiares do artista nas formas da sua assinatura idealização simbólica do sujeito.
A Morte de Marat apresenta uma cena cinematográfica – uma faca ensanguentada, uma letra amassada, e um cadáver pálido majestosamente drapeado sobre a lateral de uma banheira. Esta chocante moldura está faltando a assassina, Charlotte Corday do Partido Girondin, que viu Marat como parcialmente culpado pela destruição da Revolução Francesa e matou o homem doente em sua casa.
Marat, por outro lado, viu o Partido Girondin como adversário do republicanismo. O quadro retrata romanticamente a morte do cruzado populista em 24 de abril de 1793, poucos meses depois que Luís XVI foi guilhotinado.
Para entender o contexto do quadro em meio ao pano de fundo da Revolução, é preciso entender o papel político de Jacques-Louis David, as facções da guerra e o ressurgimento neoclássico do período de tempo em meio a um crescente pensamento iluminista. Este período de revolução marcou o início de uma mudança do governo dos reis para o governo dos cidadãos e, finalmente, para os direitos do homem.
A guerra de classes baseada nas diferenças entre as três fazendas colocou a revolução em movimento quando o Terceiro Estado se reuniu na Assembleia Nacional, afirmando o controle para fazer lei e governar a si mesmo, e mais tarde produzindo o documento revolucionário, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que inspiraria uma nova constituição francesa em 1791.
A famosa peça que representa a Assembleia Nacional, o ‘Juramento do Tribunal de Ténis’, foi criada pelo próprio David, que também participou no evento.