LAS VEGAS – Para mulheres com adenomas hepáticos maiores, as diretrizes atuais sugerem uma reavaliação aos 6 meses após a retirada do contraceptivo oral para determinar se a ressecção é justificada.
No entanto, os dados emergentes mostram que a reavaliação naquele momento pode levar ao tratamento excessivo, de acordo com Laura M. Kulik, MD, professora de medicina (gastroenterologia e hepatologia), radiologia e cirurgia (transplante de órgãos), Northwestern University, Chicago.
“Tem havido alguma controvérsia de que 6 meses podem ser muito curtos”, Dr. Kulik disse na reunião inaugural Perspectivas em Doenças Digestivas, realizada pela Global Academy for Medical Education.
Não como outras lesões hepáticas benignas, os adenomas hepáticos podem ter hemorragias e transformar-se em carcinoma hepatocelular. Diretrizes atuais da Associação Européia para o Estudo do Estado Hepático que lesões maiores (ou seja, 5 cm ou mais na imagem de base) estão associadas a um maior risco de complicações. De acordo com uma revisão sistemática citada no documento, quase todos os casos de hemorragia ou ruptura espontânea ocorrem em lesões de 5 cm ou maiores.
O uso de contraceptivos orais tem sido associado a um aumento de 30 a 40 vezes na incidência de adenoma hepático, de acordo com as diretrizes.
Todos os homens com adenomas hepáticos devem ser submetidos a ressecção ou tratamento curativo, dizem as diretrizes, uma vez que têm um risco significativamente maior de carcinoma hepatocelular.
Por contraste, mulheres com adenomas hepáticos maiores que 5 cm devem descontinuar os contraceptivos orais – o que pode levar à regressão tumoral em alguns casos – e devem ser reavaliadas 6 meses depois com RM com contraste; se a lesão ainda for maior que 5 cm naquele momento, devem ser consideradas para ressecção ou tratamento curativo, dizem as diretrizes.
Porém, autores de um estudo de coorte retrospectivo desafiaram essa orientação, sugerindo que um seguimento de 6 meses pode nem sempre ser longo o suficiente para se observar regressão tumoral adequada (HPB 2017 Abr;19:S3).