Paul E. Cator – publicado em 11/02/18
Mais doloroso que tudo na terra, e ainda mais pacífico que em qualquer outro lugar além do Céu.
No seu ensino oficial, a Igreja não diz muito sobre como é realmente o Purgatório, mas pelos escritos de santos e teólogos, há muito que podemos aprender.
1- É um lugar de intenso sofrimento e alegria. Santa Catarina de Génova, que se diz ter sofrido a dor do purgatório na terra, afirmou que “há tanta dor no purgatório como no inferno” (Tratado sobre o Purgatório). Como os malditos, as almas de lá sofrem fome do Deus que ainda não vêem como um homem que poderia viver sem comer, com fome cada vez maior pelo pão que não tem (para usar a imagem de Santa Catarina). E sofrem de fogo que “será mais doloroso que qualquer coisa que o homem possa sofrer na vida presente” (Santo Agostinho, Sobre o Salmo 37,3).
Quando se diz que Santa Catarina de Ricci sofreu 40 dias por uma alma no Purgatório – quando uma noviça lhe tocou a mão, ela comentou: “Mãe, estás a arder!”
Ao mesmo tempo, Santa Catarina de Génova também ensinou: “As almas no purgatório unem grande alegria com grande sofrimento… Nenhuma paz é comparável à das almas no purgatório, excepto a das santas no céu”.
Há um fluxo misterioso de dor e alegria no purgatório, diz o dominicano Padre Reginald Garrigou-Lagrange, porque o sofrimento é temporário e leva ao céu: Quanto mais a alma ama a Deus, mais sofre por não O ver; mais se sofre, mais alegria e amor tem por se aproximar de Deus.
2- É um lugar de purificação e misericórdia. Lembra-se da parábola sobre o homem que veio ao banquete nupcial do rei sem roupa de noiva? (Mateus 22:1-14) O traje de casamento é a vida da graça que precisamos para entrar na festa do céu. Agora imagine uma reviravolta: o homem vem vestindo sua veste, mas está toda suja. O que diria o rei? Talvez algo como: “Nada impuro entrará” (Apocalipse 21:27).
No Antigo Testamento, Judas Macabeus mandou os seus homens rezar pelo falecido e pediu que fosse feita uma oferta pelo pecado por eles: “Por isso ele fez expiação pelos mortos, para que fossem libertados do seu pecado.” (2 Macabeus 12:43) Isto pressupõe um lugar de purificação após a morte – o purgatório.
Muitos padres da Igreja pensam que São Paulo aludiu ao purgatório quando ele escreveu sobre construir sobre o fundamento de Jesus com ouro ou prata, madeira ou palha: “O fogo testará que tipo de trabalho cada um tem feito… Se o trabalho de qualquer homem for queimado, ele sofrerá perda, ainda que ele mesmo seja salvo, mas somente como pelo fogo” (1 Coríntios 3:13, 15). A madeira e a palha não se deram bem para os três porcos – mas Deus, em Sua misericórdia, não exige ouro!
Isso é uma coisa boa, porque o Pe. Garrigou-Lagrange diz: “Almas que escapam completamente de todo o purgatório são provavelmente bastante raras. Entre as boas religiosas que Santa Teresa conhecia, apenas três tinham completado o purgatório na terra” (Life Everlasting., p. 194).
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3- É um lugar a evitar. No entanto, pode ser evitado, e os santos têm-nos encorajado repetidamente a fazer o nosso Purgatório sobre a terra.
Fr. Paul O’Sullivan dá os seguintes conselhos para evitar o Purgatório (How to Avoid Purgatory):
- evitar o pecado
- do penitência
- aceitar o sofrimento
- confissão e Comunhão freqüentes
- pray with faith and perseverance
- preparar para a morte: “Pai eterno, a partir deste dia, aceito com alegria e resignado coração a morte que Te agradará enviar-me, com todas as suas dores e sofrimentos.”
- ganhar indulgências
É um conselho que faz os santos… mesmo nesta vida. Como o Padre Garrigou-Lagrange nos lembra: Alcançar a santidade na terra é possível – e normal – para todos.
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